01/10/2015

Maternidade: não adianta planejar, precisa vivenciar!

A Deborah Masiviero Huff é mãe do Thiago e contou para gente como foi a sua experiência durante e depois da gravidez que foi super planejada.

“Ser mãe foi algo muito planejado para mim. Sempre soube que seria mãe e, por incrível que pareça sempre me imaginei mãe de um menino, bem sapeca. Meu desejo foi realizado!

Após três anos casados, recém-chegada de uma viagem ao exterior, meu marido e eu entendemos que havia chegado a hora. Fui ao médico, comecei a tomar vitaminas e, para minha surpresa, após um mês já estava com o exame positivo em mãos. Nossa, que emoção! Tirei foto do teste de farmácia, comprei uma chupeta e fiz um bilhetinho pro marido: “parabéns papai do ano!”.


Decidimos então contar a todos após o terceiro mês. Já tínhamos acompanhado algumas histórias tristes e optamos por ter cautela, mesmo explodindo de emoção! Daí por diante vivi só para esta gravidez com mil planos. Chá de bebê, quartinho, escolha do hospital....

O final da gravidez foi bem tenso para mim. Meu bebê não estava ganhando peso e por meio de um exame detectou-se que havia uma dificuldade de passagem no cordão umbilical. Ele ainda estava sentado na 37º semana e então a médica orientou que era necessário fazer a cesárea. Se não ganha peso na barriga, ganha aqui fora. Marquei a cirurgia às pressas e, então, meu Thiago veio ao mundo (alô planejamento indo para as cucuias, rs).

Quisera eu ter passado somente por esta dificuldade (cadê a análise SWOT da maternidade?). A experiência da amamentação foi bem complicada. No começo achava que estava pegando o jeito. Uma amiga deu a dica de usar uma seringa (sem agulha), para sugar o bico e projetá-lo para fora. Alguém já ouviu esta dica? É um pouco incômodo, mas para quem não tem o bico do seio exposto, ajuda nas primeiras mamadas. No entanto, no final do primeiro mês, as duas mamas começaram a rachar e sangrar. Usei pomadas, o próprio leite, deixei ventilar, usei bombinha, mas nada cicatrizava. Aliás, não dava tempo, Thiago mamava a cada duas horas.  A cada mamada tinha vontade de gritar. A cada choro do Thiago de fome a vontade era de sumir. Meu marido pegava na minha mão, me dava uma toalha para morder...em vão. Até que um dos bicos ficou tão rachado que parecia estar pendurado. Sangue pela roupa, sangue na boca do Thiago. Surtei! Fiquei tão desesperada com o fato do Thiago passar fome que resolvi acatar a orientação da minha mãe e comprei o leite em pó. Parecia que uma tonelada tinha saído das minhas costas. Eu não urrava mais de dor e meu filho estava satisfeito. 

Fui à pediatra e, com a certeza de levar uma bronca, ela me tranquilizou. Agradeço muito pela forma como a Dra. Ivani conduziu a consulta. Orientou que, se fosse minha decisão, havia algumas técnicas para reintroduzir o peito, até porque o leite que era abundante, foi minguando. No momento optei por continuar com a mamadeira. Passar por todo aquele tormento me deixava em completo pânico. Por muitos meses convivi com esta culpa. Chorei por achar que deveria ter tentado mais uma vez. Descobri que podia ter preparado melhor a mama antes da gravidez (minha ginecologista era contra). Chorei de novo por não ter buscado outra profissional. Chorei por achar que fui egoísta....e Thiago foi crescendo forte e saudável. Graças a Deus!

Hoje a culpa ainda existe, mas convivo melhor.  Aliás a culpa é algo que combina bem com mães de primeira viagem né? (talvez de segunda, terceira também). Ainda aguardo pelo momento de engravidar de novo e ter a chance de fazer diferente. 

A lição disso tudo? Retorno ao título deste post: não adianta planejar, precisa vivenciar! 

Cada mãe sabe o que é melhor para seu filho e para si mesma. O melhor jeito de amamentar é aquele que garante a tranquilidade da mãe e do bebê. A patrulha da amamentação sempre vai existir. Culpa de mãe também. Você deve ter a plena convicção de que fez tudo que estava ao seu alcance e estar disposta a melhorar sempre.”

Pois é, mamães, muitas vezes as coisas saem um pouco do planejado e isso nos mostra que a maternidade é assim mesmo, cheia de surpresas e novidades. E a culpa parece que sempre está presente, mas podemos lidar com ela e entender que sempre há soluções e novos caminhos... E o nosso caminho é sempre o melhor para nós e nossos filhos.

Deborah Masiviero Huff, 32 anos, mãe do Thiago, esposa do Rodrigo, jornalista.

*Esse depoimento encontra-se no capítulo "Amamentação" do nosso primeiro livro. Leia outros depoimentos, bem como textos de profissionais convidados adquirindo o livro através do link: http://bit.ly/2gbmuNY

2 comentários:

  1. Também tive complicação na amamentação, não se sinta culpada, faz parte...É muito difícil o primeiro mês da amamentação, o meu parto foi normal, eu sempre digo que prefiro ter 10 partos normais do que passar pela dor do começo da amamentação.

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    1. Obrigada Lilian! acho que toda mulher passa por esta dificuldade. A diferença está no corpo de cada uma né? o importante é ver nossos filhos saudáveis e felizes! :)

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